Cotovelo estranho
Deixe disso, sem retórica
Vamos falar de genética
Diga se tem medo de risada
Percebi um fingimento
E de um modo bem sincero, confesso:
estava errado o meu conceito
O que vê por este espelho,
Esclarece,
se o que vejo é o que acho
Quero bem o ser de fora
e conversar com o de dentro
Vamos olhar o seu passado
Lembro bem desse seu medo
Trovão seco, chuva curta
O trinco que se abria
Era a chave que te trancava
Quando pega de surpresa
se encolhia num chão de breu
E ficava
Ficou contente, meio cismada
Sentiu cedo no tronco
um cotovelo estranho
Cutucada pelo jeito ridículo
Febril, calada, preferiu o trauma
O ambiente urbano ri
A lua nova é só uma rocha
Mas mesmo assim, criança
Pela última vez, peço
Nem que minta
Sorri