O vestido

Esvoaçantes sedas rubras

Em poás negros

Mostram fendas

Desvendam pernas

Encobrem os mistérios

Da cor dourada

Torneada pelos sonhos

Dos mancebos embriagados

Pela paixão alucinada.

O decote audacioso

Do vestido libidinoso

Seduz os olhos absortos

Nos passos suaves da morena que baila

Inconsciente da beleza que paira

No salão de brancos tapumes

Inebriado pelo doce perfume

Da música de puro romance

Ecoando longínqua nos ouvidos débeis.

Ela desliza com os olhos fechados

Nem percebe que seu vestido malvado

É o motivo de padecimento

Das mãos que se imaginam

A tocar o suave tecido

Sobre a pele que arrepia

Transpirando simpatia,

E que outros dedos de sorte

Enlaçam a cintura macia!

Lú Garcia
Enviado por Lú Garcia em 09/01/2008
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