Baía de todos os sonhos
Ah, minha bela e generosa baía.
Natureza de contrastes jamais contemplados
Berço de intermináveis inspirações.
Quantos sonhos enamorados abrigas em teu sítio.
Devaneios sobrenadam por tuas águas, serenas
na tua habitual calmaria, excitadas
em tempos de lua plena.
Não há tanta beleza que não pudesse caber em ti.
Minha desamparada baía,
Pobre do teu abençoado habitat
Castigado pela incúria e pela ignorância
De quem não te merece.
Ah, grandiosa e relutante baía,
Baía de uma tal antiga Guanabara.
Quantas sentimentalidades embalas em tua ondulosa textura.
Sensações te circundam confinadas por teus viçosos penedos e verdejantes matas, por tua flora e fauna.
Quantos pensamentos apaixonados libertam-se ao sabor dos teus ventos.
Fantasias deixadas para trás na esteira dos barcos que te cortam.
As jornadas diárias sobre teu leito enlevam-me a alma.
Idas e vindas de toda gente
corações e mentes.
Baía de todos os sonhos,
Decerto muitos sonhos ainda não sonhados acolherás.
Baía de uma tal Guanabara,
Rogo para que sobrevivas.