ORÁCULO I
Abaixo dos olhos - a mata
( virgem mata )
assume os valores correspondentes
aos horrores condizentes
com seu ocultismo
Na varanda
os homens persistiam em histórias
de feras...
lobisomens
curupiras
caipora
à noite - ontem à noite na varanda
Cansado no dia-hoje
o amor da gente reconstrói
a mata muda
suave
olhos verdes
não obstante o cinzento do concreto
obstruir a luz do sol
Quem não sentou com o grupo na varanda
apenas crê
no homem-satélite
vil satélite artificial
E o único fato perceptivo
é que existem astros
criação do homem
E um Cristo necessário
e o sonho maior se resume
- o meu e o seu sonho -
no consumo do invisível
Uma nova ciência procura explicação
Apenas quem comer do alimento trivial
nutritivo
não fenecerá
A morte é o outro lado
a eternidade?
Somente a coexistência abstrata com o sonho
se faz um leito acolhedor
e o meu cansado corpo
repousa solto
no ar