ORÁCULO I

Abaixo dos olhos - a mata

( virgem mata )

assume os valores correspondentes

aos horrores condizentes

com seu ocultismo

Na varanda

os homens persistiam em histórias

de feras...

lobisomens

curupiras

caipora

à noite - ontem à noite na varanda

Cansado no dia-hoje

o amor da gente reconstrói

a mata muda

suave

olhos verdes

não obstante o cinzento do concreto

obstruir a luz do sol

Quem não sentou com o grupo na varanda

apenas crê

no homem-satélite

vil satélite artificial

E o único fato perceptivo

é que existem astros

criação do homem

E um Cristo necessário

e o sonho maior se resume

- o meu e o seu sonho -

no consumo do invisível

Uma nova ciência procura explicação

Apenas quem comer do alimento trivial

nutritivo

não fenecerá

A morte é o outro lado

a eternidade?

Somente a coexistência abstrata com o sonho

se faz um leito acolhedor

e o meu cansado corpo

repousa solto

no ar

Gualberto
Enviado por Gualberto em 12/01/2008
Código do texto: T814512
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