anjo

para Cleilton Silva

escrito em horas de silêncio e de descanso.

um anjo meio torto,

descompassado

e frio

pálido como a manhã enevoada

surge...

seguro por suas asas de papel

papel-notícia

notícia fria de morte talvez

classificados que anunciam

compra/venda de amuletos,

de bugigangas,

de corpos,

de sexo,

de amores e...

de vidas.

asas sem brilho

perdidas na imensidão daquele refletor.

é assim que ele surge

e tudo diz em forma de Pessoa.

solitário,

encanta as horas de além-mar

por ser todo,

puro, homem-menino, menino-homem...

e surpreende o tempo

por ser anjo

- ainda que anjo meio torto-

um anjo absoluto.

Marco Carneiro
Enviado por Marco Carneiro em 13/01/2008
Reeditado em 21/01/2008
Código do texto: T815595