CARTA DO SOL À LUA
CARTA DO SOL À LUA
Este amor é intravenoso
Carne dilacerada, pecadora
É vertigem do homem
Os atos explicam os fatos
Somos frutos da nossa intensidade
Nosso calor é regado a erro
E o nosso tato é química pura
Fomos enganados pelo tempo
em desacordo às atitudes
Eu, Sol, queimo à tua espera
e sei que longe de mim esfria-te, Lua
Seremos eternos enganos em becos perdidos
onde entre a distância há um obstáculo
Seremos amantes eternos, mera saudade
Somos a fala muda
dos ventos que sopram nossos reencontros
Minha função é clarear o dia
E a tua, observar a noite
Entre nós: a terra a girar
Mas somos felizes
por saber que nos amamos
e que entendemos
a eterna necessidade de nossos corpos
Seremos, cuidadosamente, sempre nós