Calçada inexistente

Os dias passam sem mim

Na velocidade de minhas pernas que vão

Pela calçada inexistente

Em meio a tantas outras pernas

que me ultrapassam

Que me evitam

Que me derrubam

Indiferentes pernas que não conheço

E que andam comigo

Rumo à constância infinita do nada

Pela calçada inexistente

Onde, às vezes, minhas pernas param

E, cansadas de estarem sempre a salvo de tudo,

Vão para a avenida

Eleanorrigby
Enviado por Eleanorrigby em 15/01/2008
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T817557
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