Calçada inexistente
Os dias passam sem mim
Na velocidade de minhas pernas que vão
Pela calçada inexistente
Em meio a tantas outras pernas
que me ultrapassam
Que me evitam
Que me derrubam
Indiferentes pernas que não conheço
E que andam comigo
Rumo à constância infinita do nada
Pela calçada inexistente
Onde, às vezes, minhas pernas param
E, cansadas de estarem sempre a salvo de tudo,
Vão para a avenida