UM SOBREVIVENTE

A leveza da ilusão

tem o peso infinito

na verdade que a cerca.

Nós d`águas, amarguras,

cicatrizes em correntes,

olhos de redemoinhos como

feridas em vácuos,

onde o que é alado

também cai.

Nada levita,

flutua,

desliza.

Águas que sempre giram

sem destino,

em volta de si,

bastam por si só.

Que tentam guardar

o coração esquecido.

A sede de amar sempre

é mais forte,

ancorado pelo desespero

a essas águas salgadas

que enganam a sede,

contaminam,

sufocam e afogam

as lágrimas.

Onde a dor do mundo

sobressai.

Porém, são nessas mesmas águas

que se cicatrizarão as feridas

com sal da vida.

Onde os nós d`águas serão

desatados em novas ondas

onde o meu espírito livre,

como um Deus grego,

filho de Poseidon,

irá deslizar, flutuar como

um herói mítico.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 07/12/2005
Reeditado em 09/12/2005
Código do texto: T81961