PODER QUE MATA
PODER QUE MATA
Na vastidão da selva de pedra,
Vive o homem e sua brava luta,
Furtivo e mordaz o rival engendra,
Sua maldita e mortífera labuta.
Cercado de perigosas armadilhas,
Acuado por pressões descomunais,
Queda-se alquebrado às camarilhas,
Despoja-se até de valores morais.
De chicote à mão se apressa,
A mostrar o tipo de homem que é,
O outro o que lhe interessa!
Se o poder o conserva de pé?
O poder lhe dá plena certeza,
A verdade pura com ele está,
Que importa alguma tristeza!
No semelhante, amanhã ou já?
Em relação aos pecados passados,
Quando em incômoda posição,
O poder resolve, estão lavados,
Ao homem e seu chicote à mão.
JOSE BENEDETTI NETTO