CAMINHO DAS ÁGUAS

Mas a história não termina,

nem aqui nem lá, sem dó, nem si,

segue apenas, seu ritmo próprio

à caminho do sol, sempre...

Águas mansas ou turbulentas

vão adquirindo todos os matizes

de prata, ouro ou do vermelho

sangue exposto ao poente,

entre correntes

que se estendem, tombando

ao solo o verde, esperança,

esmeralda que nunca se alcança...

Tanta água represada,

pela sede desmedida de poucos,

nestas terras continente...

Da vertente, os homens seguem

das águas, seu caminho ancestral,

pelas mesmas pedras e precipícios,

pele ao sol, em sal e lamento,

rumo ao descobrimento, de si mesmos,

navegando lento e desfraldando,

as mesmas velas ao vento...