Toró de ausência...

Tanto eu queria e não sei

se qualquer dia não serei

mais nada da tarde e do dia

E da torre e da terra parda

que não tarda em ser vadia

enxugando o tempo e a sorte

gastando ao varal da esquina

a barra da bailarina que roda na ponta rija

da folha que enverga em cores

o orvalho cego e de amores

a espiga amarela o ego

o prego

a tortura

Vento que vem de Bali

cale a vela torpe a vagar

gritando lá do horizonte

chamando quem passa perto

às margens desse deserto

á margem do meu vagar ...