Em qualquer, meu querer...

Desejo sem significado...

Lerdo, tenso, esquecido, largado...

Indivisível, abstrato...

Meu querer, só meu, emprestado...

Dos meio sorrisos mostrados em peças...

Quase como um quebra-cabeça...

Ponho-me a montá-los, sem exatidão...

Mas falta uma peça, escondida, no coração.

Encostado, o sereno me faz companhia...

Razões espreitadas na neblina...

Vejo meu querer, em qualquer lugar...

Mas ele de ninguém será...

Vejo minha vida como um teatro mal montado...

E a platéia atônica por causa do enredo...

É minha vida mostrada em etapas...

E no final, todos com as mãos atadas...

Silêncio....