Rosa funerária
O que deveriam as pobres almas a nós mortais?
Fortunas? Pensões carnais?
Algo intocável, um santuário
Um dia, sentado em uma lápide
“Jaz a infinita verdade”
A arma que fere almas, ignorantes sem razão
Querem possuí-la, mas a negam a todo momento
Não existem mais almas nesse lugar
O vento corre por este quarto
A cada segundo ele deixa seu retrato
O infinito, sentido porém não enxergado
Um amigo para nos assassinar
Um verão quente como gelo
Em chamas transforma o caos em marasmo
Precisamos da desordem, que alimenta nossa mente
Acaba com nossas ilusões, cria mitos
Quero sentir o fogo em meu corpo
Cremando minhas dores
Fazendo-me viver
Transformando minha existência