QUANDO AS CORTINAS DESCEM
Sou atriz dos meus desejos
No meu palco em pleno breu
dou-te vida, te faço meu
Invento mil enredos, faço cena
ora, sou uma daquelas de Atenas
sou a Dama das camélias ou
simplesmente Helena
Joana, Pagu ou Madalena
Te prendo nas minhas falácias
ora te sirvo um banquete
ora te peço a cabeça
numa bandeja com flores
Salomé ou Messalina
dividida entre tantos amores
Mas quando a luz se acende
quando a cortina desce
exausto você se rende
e eu, volto a ser a menina
que nos teus braços adormece