Em tua carne

Nessa tua carne

Habitam solitários

O sopro e o assombro

Do gesto omitido

A sépia e a seiva

De primavera enrustida

O aguardar lancinante

Do degelo.

Nessa tua carne

Residem incógnitos

A chama e a cinza

Do desejo elíptico

O rasgo e o sangue

Do amor suprimido

O sufocar constante

De um eu mal contido.

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 12/12/2005
Código do texto: T85001
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