FUGA(Z)

Sinto afundar os pés em terreno instável

marco o chão, mas nada fica de meu

não tenho equilíbrio, meu solo é inabitável

o que havia de fértil, por hora se perdeu

Meus braços buscam romper barreiras

meus olhos elevam-se e cegos estão

pela areia que escorre na minha ampulheta

cobrando e afundando meus pés no chão

Tempo gasto, tempo cobrado, contado

na ampulheta, não há off nem pause

não retrocede nem fica parado

Há que ter longos braços agora

estendê-los até que surpresa eu cause

agarrando um galho, que me arraste pra fora.

Monica San
Enviado por Monica San em 19/02/2008
Código do texto: T866286
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