FUGA(Z)
Sinto afundar os pés em terreno instável
marco o chão, mas nada fica de meu
não tenho equilíbrio, meu solo é inabitável
o que havia de fértil, por hora se perdeu
Meus braços buscam romper barreiras
meus olhos elevam-se e cegos estão
pela areia que escorre na minha ampulheta
cobrando e afundando meus pés no chão
Tempo gasto, tempo cobrado, contado
na ampulheta, não há off nem pause
não retrocede nem fica parado
Há que ter longos braços agora
estendê-los até que surpresa eu cause
agarrando um galho, que me arraste pra fora.