Baile à Fantasia

Tomei um doce e fui no baile

Num baile a fantasia

Tudo estava muito animado

Era dia de alegria

Eu sonhando acordado

Era tudo que eu queria

Levemente embriagado

Até achar minha companhia

Estava ela de cigarra

E eu vestido de formiga

Puxou-me em suas garras

Mas dizia-se amiga

E também abandonada

Mas curando-se da ferida

E eu formiga apaixonada

Não notei que era mentira

E por longo tempo dançamos

Até o sol alvorecer

Sorrimos e choramos

E o amor fingiu nascer

Dei meus braços e coração

Promessas e sinceridade

Estendeu-me uma ilusão

Salpicada de inverdades

E tão logo a cigarra começou a gritar

Era hora de abandonar a ecdise

Restando à formiga, apenas observar

O novo ser que nascia, pra lá de triste

E sem se importar com o que ficou enroscado

Em sua muda, máscara-fantasia

Fez da indiferença, seu único agrado

E da sua ausência, minha eterna agonia.

Nem mesmo esperou a música final

Foi logo em busca de um novo par

Deixou pra formiga o seu grande mal

O escárnio dividido com quem passou a amar

Voou em seu sonho de liberdade

Sem nem mesmo pensar em se despedir

Só pensava em partir para outra cidade

Onde pudesse, em nova capa, outro alguém iludir

Philipp Ricardo
Enviado por Philipp Ricardo em 21/02/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T869764
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