EU, MARUJO!
Um estampido pôde-se ouvir,
Sem origem, mas com destino porvir
Meu ouvido sem escolher escutou:
-Eu sou a liberdade, agora aqui estou!
Sem algemas passei a caminhar,
Como um velho navio sem sonar
E eu, tão cheio de incertezas e dúvidas
No oceano dando com pedra pontudas.
Logo, logo, com meu casco furado,
Com a tripulação cansada e um porão inundado;
Lancei ancora que ao fundo se dirigiu
E junto lancei a liberdade, que somente me afligiu.
E esse marujo cheio de rugas, mas tão inexperiente,
Com vários questionamentos que o fazem demente,
Agora procura seja no céu, seja no mar,
Um porto seguro, onde possa atracar seu mero sonhar...