Borboletas

Retorcidas entre galhos bifurcados,

Folhas sêcas, tempos ensolarados...

Vegetais endumentados, vestidos,

Entre gotas de orvalhos reunidos,

Talvez expostas à chuva e aos ventos transportados...

Aguardando o fim, para um novo começo isolado,

A magia, o renascimento, a grandeza...

Talvez rastejem enquanto possam,

Aguardando resultados, contraindo certezas,

A vida é uma convergência, um casulo...

Onde descansam as lagartas...

Passageiras e limitadas,

Com destino certo, traçado...

Onde travam-se grandes batalhas de sobrevivência,

Em pró da vida ou da própria existência...

Rituais solitários, noites caladas,

Sobre um véu de explicações e ciências exatas...

Na verdade, grandes mudanças, requerem grandes perdas,

O corpo que outrora moveu-se na terra, agora extenderá asas aos céus,

E sobre uma imensa crisálida,

Florescerá o sol das mariposas, das bailarinas,

das afortunadas borboletas...