Menino do Universo!!
Corro, corro, feito menino vento,
Lá pro alto onde a brisa e pura,
Canelas magrinhas a saltitar a trilha,
Vou sem medo, sem pudor, que maravilha,
Peitos franzinos, e ofegantes,
Pareço cansado, subida escaldante,
Ah! Mas a recompensa vale o esforço,
Olhos chegam brilhar, alegria, alvoroço,
O sol se esconde, parece ter medo,
Deve ser a mãe noite engatinhando,
Com a filha no colo, a lua, se criando,
Cruzo os braços, travesseiros viram eles,
E sobre olhar atônito, fixo ao céu,
Contemplo, a noite engolindo o dia,
E eu, menino fraco, cúmplice dessa magia,
Seria como ser abelha, ou o doce mel,
Derrepente, olhos ficam pesados,
A boca se enche de ar, como se fosse falar,
Resmungo, balbucio apenas alguns sons,
E logo me encontro a sonhar,
Sonho peralta, sonho que as estrelas é meu cobertor,
A rocha da íngreme montanha assaz rija, é meu colchão,
A lua meu delirante abajur, e o vento, Ah! O vento doce canção,
Vejo as ondas se arrebentar nos rochedos,
Arrebatando para o seio do imenso mar,
Espuma branca, algumas conchinhas, e vários medos,
E assim o ciclo da vida tinindo, sobre min,
Eu tímido menino sonhando sonho enfim,
Algazarra que não pode ter fim,
Mesmo que o menino vire homem,..... mesmo assim,
Deveras eu contemplar esse momento único,
Mas sou apenas um menino, e adormeço,
Encontrava-me inerte, entre sonho e lembrança,
Mas talvez um dia sabereis então do preço,
Da magia que cercava-me quando ainda criança,
E agora que jaz adulto viril tornei-me,
Sinto falta da brisa leve, de ser menino matuto,
Trocaria, eu a agonia da cobiça,
Pela paz interior da magra criança que virou adulto,
E no andar da carruagem, esqueci de dizer-lhes,
Que naquela mansa e adornada noite,
O tenro menino amou pela primeira vez,
Ah! Como reinava soberana, ela a lua,
Junto aos pontinhos brilhantes, que há venera,
Parece deixar universo doente,
Parece ser catapora, ou sarampo, que da na gente,
E eu á amei como menino louco e inconseqüente,
Amor carente, amor que reluz no céu da mente,
E sobre o universo o tenro menino permanece,
Sobre o lençol da noite o franzino cresce,
No âmago sublime da vida o ser se cria,
Batizado com a mais pura e áurea magia,
Imagens e emoções que formam sinfonia,
E ele pelo carreador subia e descia,
Enquanto o dia singelo nascia,