Soneto do vulcão

Vulcão que abomina calmarias,

Hoje só desperta em fantasias,

Larvas de grandes cataclismas,

esfriadas, estátuas em cismas.

Brasas adormecidas, vencidas,

Atropeladas, vivem aturdidas.

Noite fria que já foi quente,

Hoje, imagens presas na mente.

Vulcão mudo, antes ativo,

Coitado, tem medo de gente,

Calor, fogo, e de ser vivo.

Porque não despertas altivo?

Não te mantenhas assim, cativo.

Renova, acende, inquieta-te...