"O TEATRO HUMANO"
“A areia venenosa se aproxima
Meus pés estão desabando em contato com a vertigem
De longe vejo mais uma criminalidade
Sem ter o que fazer, sem já mais ter o que temer.
Estou afundando sem nenhum auxílio
Já estou me acostumando com esse sacrifício que toma conta do meu peito.
Nas esquinas vejo dores e espíritos que nunca vão embora
Eles apenas testemunham que a onda de malefícios,
Estão surgindo a cada nova tempestade arenosa
Com sua cor marrom ela demonstra que tantos sangues já foram derramados.
Não acredito mais que o passado ficou para trás
Ele sempre vem à tona revelando os nocivos desgastes de um mundo arruinado,
Perdido nas sombras e mistérios que afloram na inóspita esperança.
O som é de espanto, parecendo um prenúncio de um suicídio
Que é lento, mas revigora um sentimento avassalador
De que o mal está sempre nas cortinas
Refletido num espetáculo final
De que as palmas do teatro serão fechadas para sempre
Manuseando uma sociedade hipócrita
De que as cores, sons e tempestades
São transformadas em vaias, num espetáculo da ilusão”