Pombas Aristocratas
POMBAS ARISTOCRATAS
Pombas de casaca cinzenta
desfilam com seu passo atrapalhado
pelos telhados dos prédios históricos
da cidade,
marcam sua presença
imóveis postadas sobre as colunas antigas
como fizessem parte da decoração,
como fossem de mármore
e não de carne, osso e penas,
me espreitando de peito estufado.
Bebem água e banham-se
na Fonte das Nereidas
sendo testemunhas
do trotoir na praça,
ociosas comem à custa alheia,
e são sentinelas de um passado
já distante, mas ainda presente.