Os nomes que te dei
Chamei-te Antônio, para protegê-lo,
levei letras a cantos diversos
refiz e apaguei alguns versos
e continuava a amá-lo e a tê-lo
Depois chamei-o Pedro, sendo coesa,
- me negastes por três vezes -
tratou-me como as tuas outras reses
e rasgou-me, crua, sobre a mesa
Depois chamei-o Iscariotes, o Judas,
tal o desapontamento da paga,
vendeu-me as letras e como praga
levou-a a outras como malditas mudas
Hoje não o chamo mais e nem o espero
tornastes um estranho até a ti mesmo
continuas a enganar e a trair a esmo
e de ti, fóra o esquecimento, nada mais quero.