Eco
Vertem da minha alma, versos
cristalinos e abundantes, espelham
lembranças, saudades, águas
correntes e passadas
em bicas ou em torrentes
águas que rolaram morro abaixo
ou simplesmente inundaram
meus dias vazios.
Águas passadas que apenas secaram
e o vazio ficou
águas correntes que passam e se vão
e o vazio teima em afundar o chão.
E a alma, ainda verte versos
tenta de forma obsessiva
insistente, altiva
conter a água
inundar o vão
fazer brotar um veio
uma fonte milagrosa
que faça valer as rimas
que faça nascer uma rosa
onde só o eco restou.