Eco

Vertem da minha alma, versos

cristalinos e abundantes, espelham

lembranças, saudades, águas

correntes e passadas

em bicas ou em torrentes

águas que rolaram morro abaixo

ou simplesmente inundaram

meus dias vazios.

Águas passadas que apenas secaram

e o vazio ficou

águas correntes que passam e se vão

e o vazio teima em afundar o chão.

E a alma, ainda verte versos

tenta de forma obsessiva

insistente, altiva

conter a água

inundar o vão

fazer brotar um veio

uma fonte milagrosa

que faça valer as rimas

que faça nascer uma rosa

onde só o eco restou.

Monica San
Enviado por Monica San em 29/03/2008
Código do texto: T922216
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