Epígrafe

Não quero fazer da minha poesia

o cerne da minha alma inquieta

nem o baluarte das minhas fraquezas

Não quero meus versos redimindo pecados

nem carregando meus fardos

tampouco destilando minhas tristezas

Quero-a leve feito as folhas de outono

dançando ao sabor do vento

compondo poemas onde eu me desnudo

Quero-a como a água cristalina do rio

espelhando meu olhar fito no horizonte

desvendando meu sorriso mudo

E, que ao abater-me o cansaço

de tantas horas e dias, e de tantas poesias

eu me deitar finalmente

que não haja na pedra fria

uma única poesia, que minha seja

que de poeta ilustre me façam honra

Pois, aos meus pobres versos tecidos

em teia e renda simplória

não peço tinta, tampouco glórias

Só que os deixem livres

que eles possam, mesmo que tristes

baterem as minhas asas.

Monica San
Enviado por Monica San em 29/03/2008
Código do texto: T922220
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