Bestas e vésperas
O hoje é sempre véspera
Ruindade esse tempo
Por isso é que eu repuxo a pálpebra
E dou esses nós cegos
É a culpa
Gosto do risco
Ponho na Sena o ordenado
Esse medo até me paquera
E é lógico, até dou bola
Mas não me entrego a qualquer rebolado
A presença de um sexo oposto
Detalhes nas pernas me ligam
E aproveito o momento e o descuido
E estudo as linhas do corpo
E paro embaixo do carro
Se esse hoje fosse um escudo
E se a morte fosse sempre uma véspera
O homem é sempre uma besta...