Bestas e vésperas

O hoje é sempre véspera

Ruindade esse tempo

Por isso é que eu repuxo a pálpebra

E dou esses nós cegos

É a culpa

Gosto do risco

Ponho na Sena o ordenado

Esse medo até me paquera

E é lógico, até dou bola

Mas não me entrego a qualquer rebolado

A presença de um sexo oposto

Detalhes nas pernas me ligam

E aproveito o momento e o descuido

E estudo as linhas do corpo

E paro embaixo do carro

Se esse hoje fosse um escudo

E se a morte fosse sempre uma véspera

O homem é sempre uma besta...

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 03/04/2008
Reeditado em 03/04/2008
Código do texto: T928683