Sedimentos

Sonhos aprisionados em garrafa
São velas em incompletude e degelo.
Refém do olhar o resgate é a pressa
Do retorno em mudo apelo.
 
Em sombras numinosas pago o preço
De perdas e de abraços macios.
Em brumas escondo-me do medo,
O barco na linha se sobrepõe ao adeus.
 
Odor de pinho, caules eternos,
Na aquarela em corredeira azul
Sobrevivo à noite de carinhos gélidos,
Para aquecer o sonho quando vier o Sol.
 
Com alma dolente e dedos buliçosos,
Olhando um céu grafitado e branco,
Profano meus versos tortos.
Sou tela cinza e toda sedimento.

~*~

Imagem:
dabocaprafora.blogspot.com
meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 12/04/2008
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T942709
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