Shake do pára-choque
Trocar o termo que afaga
Por outro que fere
Mudar o teor do teu texto
Repousar e conter o seu ânimo
Repensar e ferver: estou certo
Nebular e esperar o contorno
Retorcer a palavra e entender no contexto
Pois agora já perdi no meu sonho
Tanto faz se eu tenho endereço
Trocar o terno e a gravata
Por ondas, suor e garrafas
Remedar o maluco da praça
Chega o trem: traz pessoas modestas
Estrago meu centro nervoso
Escadas não trazem esforços
Paz agora, só no gesto do mano
Na liturgia do padre
Paz é o cardápio de ontem
Rancor misturado com carne
Beber o suco, morrer de açucar
Sente o corte perfeito na calma
Feliz, come o doce da mágoa
Relar e ferir toda a pele
Estar bem, apesar do sabor
Detonar e é o festim que te escolhe
Conferir e errar, a solução dá o seu baile
Fraturar com o baque
Mistura de vidro, sangue e pára-choque