A estranha

E a chuva desabou em seus olhos

E ela não mais enxergou quem a olhava de longe

Seu sorriso não era mais

E nem ao menos sabia fazer

E nem ao menos sabia sentir

E os sois de outro verão

Ainda a procuram

Enquanto a sua selvagem imagem

Continua a vagar por entre a noite

Encantando olhares estranhos

Sua voz e seus olhos ainda estão ali

Parados como uma estaca

E de forma alguma encontram a saída

E de forma alguma a morte chega

Seus lábios cansados do cigarro

O cheiro da noite a deixa mais perversa

E sem sentidos ela corre

E já se perdeu

Ao sangrar o sangue que não jorra

Ela quer lhe contar

Que os pássaros voam no mar

E que os peixes aprenderam a voar

Ela trouxe a paz de um outro lugar

E o toque que mais parece um berro

Ela não conta o que se passou

E também não diz que seu lar

Já tivera um lugar

Enquanto sua boca se perde em alguns copos

Mais uma vez a menina sorriu

O mesmo sorriso que senti

Quando partiu