BEIJA-FLOR

Num jardim tão triste

Onde a mais bela Flor

Em ficar fechada insiste

Surge um Beija-flor.

Tão pequenino e insignificante

Chega quietinho, quase imperceptível,

E a Flor que antes fechada

Abre-se timidamente

Diante de seu esplendor.

E o Beija-flor encosta seu bico,

Põe-se a sugar o néctar

Que ela graciosamente doa.

O beijo que o encontro causa

Alegra todo jardim,

Que reflete nos raios do sol

Toda alegria e harmonia

Exaladas junto com o perfume

Da extasiada Flor.

Mas o Beija-flor tem que partir.

E deixar a linda Flor,

E deixar o jardim,

Numa infinita saudade.

E a Flor aguarda ansiosa

O outro dia em que o

Beija-flor voltará.

“Vem Beija-flor, no jardim morar.

Vem todos os dias

Do meu néctar se saciar.

Vem essa triste Flor beijar.”

“Irei minha amada Flor

Todos os dias te beijar

Passearei pelo jardim

Sem de ti me afastar.”

Beija-Flor dois em um

Num beijo que plana

Sobre a felicidade,

Num pequeno instante

De uma eternidade.

Silvia Pina
Enviado por Silvia Pina em 19/04/2008
Código do texto: T952876
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