BEIJA-FLOR
Num jardim tão triste
Onde a mais bela Flor
Em ficar fechada insiste
Surge um Beija-flor.
Tão pequenino e insignificante
Chega quietinho, quase imperceptível,
E a Flor que antes fechada
Abre-se timidamente
Diante de seu esplendor.
E o Beija-flor encosta seu bico,
Põe-se a sugar o néctar
Que ela graciosamente doa.
O beijo que o encontro causa
Alegra todo jardim,
Que reflete nos raios do sol
Toda alegria e harmonia
Exaladas junto com o perfume
Da extasiada Flor.
Mas o Beija-flor tem que partir.
E deixar a linda Flor,
E deixar o jardim,
Numa infinita saudade.
E a Flor aguarda ansiosa
O outro dia em que o
Beija-flor voltará.
“Vem Beija-flor, no jardim morar.
Vem todos os dias
Do meu néctar se saciar.
Vem essa triste Flor beijar.”
“Irei minha amada Flor
Todos os dias te beijar
Passearei pelo jardim
Sem de ti me afastar.”
Beija-Flor dois em um
Num beijo que plana
Sobre a felicidade,
Num pequeno instante
De uma eternidade.