a meio a pairar...

A noite em que incessantemente busco

O amanhecer da alvorada sonhada

Ocorre exactamente quando nada

De novo encontro num novo lusco-fusco.

A Lua é fria e o Sol nasce brusco.

Uma porque a alegria é imaginada,

E o outro porque a mente é iluminada

P’la luz em que, não no sonho, me ofusco.

Acordo noutro mundo imaginado

E recordo os segundos matinais

Que ao acaso revelam os sinais

Do mundo em que a dormir fui afastado.

Perante mim ‘stá um mundo sonhado.

Uma esfera de sonhos desiguais

Desenrola-se em tapetes reais.

Pena ainda não estar acordado.

P’ra quê a noção de estar a sonhar?

Ou então, porque acordado a não tenho?

Se sei que ainda sonho não contenho

A vontade daí querer ficar.

É por largos caminhos que me venho

Do mundo do sonho para acordar.

Por eles a deslizar sem lembrar

Que caio para um mundo que desdenho.

Queria ficar a meio a pairar...

Krinkelhas
Enviado por Krinkelhas em 20/04/2008
Código do texto: T954270
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