casa de barro

Fico a rondar pela cidade,

Cabeça no mundo da lua,

Um corpo sem a metade,

Na boca a saliva sua.

Tentei achar um lugar,

Que me faça o tempo conter,

Sem que nela possa pensar,

E a saudade venha envolver.

Ainda tenho em meu lenço,

O teu batom bem colorido,

Por toda vez que olho, penso,

Marcas de um beijo escondido.

Meu coração sofre constante,

Deixo a vontade me censurar,

Se fechar os olhos sou petulante,

Não vejo o vento passar.

Vou despir teu corpo com os dedos,

Deitá-la na palma da mão,

Decifrar todos segredos,

Te amar na cama ou no chão.

Construir ali novo planeta,

Sem tempestades violenta,

O mel da língua, nossa chupeta,

A pele que veste a pimenta.

A fauna erótica da arca,

O abraço da nuvem na lua,

O eclipse que sempre marca,

Cada metade da rua.

A pena que cobre a gaivota,

É a mesma que corta o vento,

O solado que faz a bota,

Não sabe do solo um por cento.

Nessa escrita estava indeciso,

Sem intrigar assim eu creio,

Demarquei vertical meu juízo,

Tirei de lá um devaneio.

Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Roo.

maninhu
Enviado por maninhu em 25/04/2008
Código do texto: T961944
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