CÂNTICO À NOITE
Noite sombria e taciturna
que sobre meus ombros pesarosos
deita teu véu sem estrelas
E no silêncio melancólico
de um coração em dissonância
faz do tempo teu aliado
nessa trama do destino
faz-me adormecer afinal!
Faz do teu véu minha cama
do teu silêncio meu acalanto
e das horas, que te servem
a cadência do meu sono!
Aquieta minha alma, oh noite!
Deixa-me sonhar com os zelos
dos teus poetas apaixonados
deixa-me quedar nos enleios
dos longos braços decantados
nas poesias...emaranhados
nos corpos entrelaçados
aos teus pés, oh noite!
Deixa-me amanhecer afinal!
Sentindo no corpo um sopro de vida!
tendo na boca, um sabor de pecado
a mistura do doce e o amargo
deixa-me quedar ao Sol
em seus raios cicatrizar as feridas
e ser novamente estrela no teu arrebol!