"De onde venho"

De onde venho, a terra tem uma sede insaciável

A vida tem uma brevidade instantânea

A morte é farta como o sol escaldante

E os homens, têm a rudez plantada nas faces pelo sofrimento

De onde venho, o céu de límpido anil

É triste como a fome

E as escassas nuvens raras

Só precipitam lágrimas

De onde venho, trago um sangue de cor sem força

Que se arrasta por leitos agonizantes

Nômades doses pueris

Que me percorrem pacientes

De onde venho, petrificadas pegadas

Marcam todas as saudades

E a certeza das partidas

E todas as infinitas incertezas cruéis de que a Caatinga,

É impiedosa como o destino

Varley Farias Rodrigues