Um portal de maresia

Tantas palmeiras a beira mar,

Num jardim de areia quente,

Vão segredos e vem buscar,

Nas ondas que o peito sente.

Um portal nas maresias,

A espuma que banha meus pés,

Águas salgadas e frias,

Das sereias de topless.

Quanta imensidão tem sua margem,

Que meus olhos não vêm o fim,

A brisa leve traz a mensagem,

Sem traduzir, eu fico assim.

Ao meu lado banco de areia,

Conchas e pedras sem vidas,

Um horizonte que me rodeia,

Céu e mar, larga avenida.

Meu lençol azul anil,

Que tremula ao som do vento,

Oh! meu mar, oh! meu Brasil,

Minha alma meu sentimento.

Quantas pegadas ficam na areia,

Até que a chuva venha e apague,

Grande mar a grande veia,

Um pulmão em zig-zag.

Não tem ritmo a tua esfera,

Teu semblante é natural,

Passa verão e primavera,

Mantém o excesso de sal.

Esconde o sol também a lua,

Faz deles um pequeno brinquedo,

Sobre teu colo nada flutua,

Nem teu som, nem teu enredo.

Francisco de Assis Silva, é Bombeiro Militar em Roo.

maninhu
Enviado por maninhu em 30/04/2008
Código do texto: T968623
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