SOU QUANDO ME TORNO OUTRO PARA O OUTRO

Sou, não sou

Sou ou não sou?

Será que sou?

Será que não sou?

Sei e não sei

Sou poeta, se o poema existe

Se não há poema, não sou

O poema é quando eu sou

Quando eu não sou, poema não há

Se há poema e poeta, sou outro

Na visão do outro

Outro diferente do outro

Criado outro para existir o outro

Quando criado o outro, eu sou

Sem o outro, não existo, não sou

O poeta só existe para o outro,

quando deixa de ser ele e torna-se outro

Agora sei que sou, mesmo sem o outro

O outro, não sei, é poesia

Sou, não porque sou poeta

Sou porque minha vida poética não depende do outro.