NEGRA MORDAÇA
Dentro da cubata o caçula de graça quindim
Está mondrongo
Mandinga, talvez
A cabeça careca a mando do soba
Nos pés, o samba
Carimbo de um povo
Chimpanzés comem banana
Inhame é cozido por sinhá
Dengoso, o caçula chora
Encafifado
Logo, pipoca
As vestes, molambo
Sem lengalenga ou maracutaia
Sinhá, banguela
Xinga, macaco!
Silêncio...
Na boca, um cachimbo
Na cabeça, cachaça
A água é da cacimba
Só com muita mandinga
Para tornar-se limpa
A língua é do povo
O verbo é do povo
Do povo é a liberdade
De se expressar,
Conhecer e reconhecer
Também renascer
Renasce do sincretismo o poder
O verdadeiro poder
Poder, que a língua
É capaz de provar
Provar e vencer
Saravá!!! Meu povo.