Sereno madrugador
Desceu suave e sutil...
Como sedoso véu
ao tocar a pele,
cobriu a vida,
agora, silenciosa,
de forma generosa e gentil,
molhando-a de frescor
com beijo quase morno,
beijo quase frio,
deitando-se sobre ela,
e sobre esquálida relva
da urbana e agitada selva,
pousa na flor delicada
e faz-se em falsa lágrima,
deita-se em outros campos
que um dia ou que jamais verei,
despede-se à chegada do astro-rei
inundando a vida de cor.
Sereno madrugador, serenando me serenou.