Sereno madrugador

Desceu suave e sutil...

Como sedoso véu

ao tocar a pele,

cobriu a vida,

agora, silenciosa,

de forma generosa e gentil,

molhando-a de frescor

com beijo quase morno,

beijo quase frio,

deitando-se sobre ela,

e sobre esquálida relva

da urbana e agitada selva,

pousa na flor delicada

e faz-se em falsa lágrima,

deita-se em outros campos

que um dia ou que jamais verei,

despede-se à chegada do astro-rei

inundando a vida de cor.

Sereno madrugador, serenando me serenou.

Regina SantAnna
Enviado por Regina SantAnna em 22/01/2006
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