SAGA

à Manoel de Barros

Tenho gana de voar

pensamentos,

desaprender de pisar o chão.

Criar asas de avoante,

atingir nuvens de molde

a atropelos.

No rosto pressentir mistrais,

minuanos

que daqui desvejo.

Extasiar de cor

o arco-íris das primeiras águas;

romper o horizonte

feito nariz de avião.

Poetar à lua nova

alguns versos luminares;

enrubescer estrelas

com meu brilho néon.

Prever o nascimento da súbita

aurora

e vencer a luz do sol

em corridas matinares.

Se a vida pasmar,

redemoinho de novo:

duma brisa pequena

faço acontecer furacão.

Flavio Villa Lobos
Enviado por Flavio Villa Lobos em 22/06/2008
Código do texto: T1046046
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