Inquietude
Tenho meu coração na palma das mãos
Vejo a beleza e o caos do mundo em fração de segundos
Tem meus olhos o nome: - inquietude!
O vento me toca em silêncio
Na loucura da minha ingenuidade,
desloco as mãos
no anseio de tocá-lo também
Ás vezes choro
E não porque sou triste
Meus lábios é que sentem-se
sedentos
Embriago-me em delirios
Tenho sede, e o que bebo, não saceia, vagueia…
Há em mim uma majestosa sinfonia do ser
Que ás vezes, machuca, por tanto absorver
Incomum, dou meus passos
como alguém que mais parece
deslocar-se rumo a colher
as flores do campo
Minhas noites são sobre sedas branca de cetim
assopro nomes aos ventos e,
meu olhar se dispersa pelo céu
como vagalumes perambulando pela noite
Eu ouço uma batida lenta
As cigarras cantam á noite
ao som da minha respiração
Há uma lua que brilha e é tão clara que faz sombras no chão
Deixe-me dançar, deixe-me cantar
Toca minha face com tuas mãos
dedilha como o músico faz com o instrumento
suspira sedento, a melodia
Ouça o som da minha voz
dança comigo sem medo
suga o inefável
faz sair de mim, essa inquietante sinfonia!