No Banco da Praça

Sentado no banco da praça olhando pra Lua

Mais uma noitada sem graça nessa solidão

É sério que 'a vida é séria e guerra é dura'

Caminhos vermelhos no sangue da desilusão

O metrô que passa lotado não leva alegria

Sua casa com a mesa posta não mostra o amor

Tantas noites pela janela da rua vazia

Poemas e rascunhos tortos no elevador

Se acaso eu pensasse em tudo que me faz pensar

Por acaso talvez eu dormisse depois de chorar

Na chuva que cai tão gelada e arranha o espelho

Meu medo que rompe fronteiras sem me machucar

O ônibus que segue vazio até o próximo ponto

Leva o homem que traz esperança ao entardecer

A janela da rua vazia não mostra o rosto

Do bandido que pula o muro ao anoitecer

Se um dia eu chorasse as mágoas desta solidão

Tentaria voar com as asas de um anjo mau

Em meu leito de leite materno encontro a proteção

Que pela portas dos fundos me acena com desilusão

O metrô que passa lotado despeja agonia

Deste povo que trabalha duro pra ser mais feliz

Encostado no banco da praça eu tento chorar

Vendo a Lua que me acena pra não mais voltar

Pinnas
Enviado por Pinnas em 28/07/2008
Código do texto: T1101693
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