Bicho do Mato
Eu não preciso
De gravata e nem terno de linho
Vivo feito passarinho
Sem asas
Querendo voar...
De que me adianta
O convívio fútil com a vaidade
Se eu morro em cada cidade
Feito casa
Suspenso no ar...
E como acostumar-me ao convívio
De quem sente o alivio
De não ter que suportar
A dor errante que trago no peito
Feita do pó do despeito
Que eu vejo em todo olhar
É...Mas eu tenho
Quem se despe pra mim e me atrai
E me tira o pó e me distrai
Na ânsia de me aquietar..
Ah! Ela sabe que eu sou matuto
Sabe que sou bicho do mato
Que reluto, pelejo e labuto
Mas ela sabe que eu sou bicho do mato