Morrendo todos os dias

Cruzaram as espadas do destino frente o rosto de nosso herói

Abandonado, ele retornou ao seu esconderijo dentro de si

E enquanto as flores não florescerem, prometeu não voltar

Era de sangue o cheiro que sentia logo ao despertar; porque morria

Ferido onde nenhum homem consegue cura adormecia; porque morria

Sorria pela falta de sorte, e ingratidão do destino que desafiara sua vontade

Era forçado a chorar todas as noites, ao lembrar que seu pesadelo era real

Nas vezes que dormia os seus sonhos eram amargos, tão quanto a realidade

Não conseguia pensar na felicidade, recluso ficou dentro de si; porque morria

Era obrigado a conviver com a bondade que restara no seu interior; porque morria

E das cruéis espadas do destino que podaram a sua esperança,

Ele esperava que levassem sua vida de uma só vez, não aos poucos

Tentou achar os culpados, acabou culpando a si mesmo pela falta de força

Por ter naufragado no inferno desejava ter esperanças; porque morria

Enchiam de solidão os olhos, ao olhar para o espelho; porque morria

Porque morria, não saiu mais de casa, nem abriu mais a porta

Porque morria, não olhou mais para as estrelas, não viu mais a lua

Porque morria, não sentiu mais perfume nas flores

E no final de longo tempo, se perguntou “afinal porque eu sofro?”

Sem saber a resposta seguiu sofrendo, mas ainda viveu por muito tempo, desejando sua morte

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 13/05/2009
Código do texto: T1591718
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