O PENHASCO

A ponta do penhasco se aproxima do vazio,

do grito ouve-se o eco gigantesco...

Com imenso murmurar de um timão,

o veleiro se desloca rumo ao Norte,

costeando os recifes da ilha solitária.

O perfume da maresia é perceptível

- não há como deixar de pensar o tempo todo

que a viagem bem pode ser mais longa,

que as tardes serão cuidadosamente estafantes.

As heranças, que valem pelos entalhes,

trazem em si o sinal de marujo matreiro,

capaz de reconhcer distâncias antes não-idas,

como as do Cabo da Boa-Esperança.

São Paulo, 7 de julho de 2004.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 27/05/2009
Reeditado em 28/05/2009
Código do texto: T1617362
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