ALDEIA
O trigo encrespa-se ao vento.
Longe, se vê um moinho que range seus braços.
Na terra, o frescor do orvalho a destilar a manhã.
As janelas se espreguiçam uma a uma,
fazendo uma melodia aos ouvidos.
Depois, se percebe o soluço da fonte no meio da praça,
onde várias mulheres se chegam para conversar.
Os homens colhem na lavoura o fruto da semeadura
e descansam seus rostos debaixo das verdes sombras.
As crianças correm em disparada pela estrada,
atrás de sonhos e imaginações.
A aldeia toda é uma orquestra, cujo regente é o SENHOR.
São Paulo, 23 de maio de 2000.