ALMA CAIPIRA

Deixo a estrada poeirenta,

venho para o asfalto bruto,

pelo novo estou sedenta,

quanto ao velho eu não escuto.

Via Deus em toda parte,

reinava a paz da alegria...!

A fazenda, meu baluarte...,

perigo jamais se via!

Meu cantinho era tão puro,

espinho só na roseira,

não tinha medo de escuro,

eutenho a alma brasileira.

Chegando aqui, eu não me acho,

abrindo a janela eu “vejo”

doce cantar do meu riacho

no meu olho sertanejo.

É tamanha essa tristeza

que chega a rasgar o peito,

nos meus sonhos fico presa

só dormindo é que eu me ajeito.

Comprei sonhos para o exílio

troquei flores pelo espinho

chorando a Deus, peço auxílio:

Tece em terra meu caminho!

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 27/07/2009
Reeditado em 17/11/2009
Código do texto: T1722534