ALMA CAIPIRA
Deixo a estrada poeirenta,
venho para o asfalto bruto,
pelo novo estou sedenta,
quanto ao velho eu não escuto.
Via Deus em toda parte,
reinava a paz da alegria...!
A fazenda, meu baluarte...,
perigo jamais se via!
Meu cantinho era tão puro,
espinho só na roseira,
não tinha medo de escuro,
eutenho a alma brasileira.
Chegando aqui, eu não me acho,
abrindo a janela eu “vejo”
doce cantar do meu riacho
no meu olho sertanejo.
É tamanha essa tristeza
que chega a rasgar o peito,
nos meus sonhos fico presa
só dormindo é que eu me ajeito.
Comprei sonhos para o exílio
troquei flores pelo espinho
chorando a Deus, peço auxílio:
Tece em terra meu caminho!