A AMPULHETA E AS FLORES
A ampulheta conta os grãos
da tênue areia que suporta.
Até os dias são quietos
quando a feira nos traz
um gosto de nostalgia.
... que fervilha no ar.
O beijo da lua fria e esquiva
toca o lábio dos cravos,
arranjados em buquê.
O ladrão de lembranças
é a caixa de música do balcão
- frísias, lírios e anêmonas
riem da neve em cristal.
Gérberas escondem as cores
entre os olhos da manhã.
A ampulheta gira e vira
atrás do vaso de tulipas.
São Paulo, 15 de julho de 2009.