VENTOS FURIOSOS
Paro para ouvir os resmungos dos ventos
que se chocam em campo
e se açoitam nas alturas.
São ventos motivados de fúria,
uma cólera perversa, estólida,
despejando seus vícios e lampejos
sobre as montanhas da cordilheira.
Com sua contumácia desenfreada,
saem em alarde e quebradeira,
a esfolar com golpes certeiros
todos os cantos dos outeiros.
Na rapidez com que se avantajam,
desnudam a mata e o rio.
E aprisionam seu eco alucinante
nas grutas sentinelas dos grandes montes.
São Paulo, 11 de setembro de 2009.