CHÃO DE BARRO

Meu terreiro de pitangas

lá pertinho do riacho,

bem do lado um pé de mangas,

um abacateiro, eu acho.

Sem ver campo, sem ver serra,

no asfalto bruto me esbarro,

sem sentir cheiro de terra,

sem sentir meu chão de barro.

No fundo de cada vida

brota dor no coração,

uma saudade doída

como eu sinto do meu chão.

Chão de barro do sertão,

da minha velha palhoça,

andava com pé no chão,

o meu carro era carroça.

Saudade que rasga chão

não me encerro na cidade,

aqui, morro de paixão,

aqui morro de saudade.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 20/11/2009
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